sexta-feira, 10 de novembro de 2017

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Meditação/Yoga e Ansiedade ou "Os 2 tempos Ocultos"

Muito se diz que a prática de yoga e meditação melhoram a ansiedade das pessoas.
Refletindo sobre este tema resolvi encarar os porquês desta afirmação na minha própria prática (um bom hábito).

Pra falar de ansiedade é necessário falar de TEMPO: O primeiro paralelo que quero traçar é o do tempo VITAL - atavicamente, instintivamente, irracionalmente e inconscientemente temos um DNA biologicamente programado para findar algum dia, nossas células silenciosamente sabem que hora ou outra o tic tac vai parar. Este fato não é pouco porque essa informação (da morte) ronda nossa vida, pano de fundo do palco de todas as nossas ações, esta é a fonte "Ansiedade Maior" - pois todas as outras pequenas ansiedades decorrem desta uma. Esse tempo é o tempo das rugas, esse é o tempo em que embranquecem os cabelos, é o tempo que leva pra cicatrizar uma ferida, esse é o tempo que leva pra crescer uma criança, o tempo que leva pra se ter uma grande ideia, esse é o tempo que pra se aprender algo DE VERDADE, esse é o tempo que leva cada respiração, é o tempo que tem entre uma batida e outra do cuore.
O segundo paralelo que quero traçar é o do TEMPO CRONOLÓGICO, aquele que podemos ver no calendário, na agenda e no relógio. Este não tem nada de atávico nem inconsciente, é explícito - você atrasou 15 minutos! É segunda, terça quarta - "Bom Domingo pra você e sua família!". Neste tempo programamos uma viagem pra daqui a 6 meses, fazemos um financiamento da Caixa de 25 anos, nesse tempo batemos o cartão de ponto, nesse marcamos às 11:45 com alguém. É nesse tempo que podemos economizar tempo fazendo tarefas on-line, é esse o tempo que podemos  comprar ao contratar o serviço  de um funcionário e comprar o tempo de alguém.
E quando agente medita/faz yoga dá pra unir os 2 paralelos. E por isso que a prática auxilia sim, quem sofre (todos nós!).
com amor,
Marcela Maia

Os nadadores paulistanos


Hoje fui nadar. Fui nadar na piscina porque sonhei que nadava no rio naquela noite.
Não nadei no rio porque o rio em São Paulo é poluído.
É poluído porque todo mundo dá descarga e o cocô vai para o rio. Esse é um modelo velho de esgoto. No meu sonho a cidade já usa o Biodigestor.
Quando cheguei na piscina azul tinha água molhada e uma criança subitamente loira chamada Marcela por acaso parecia-se comigo quando criança nadava ali. Brincamos um pouco mas ela não me reconheceu porque somente o futuro reconhece o passado, o passado não consegue reconhecer o futuro e é por essa razão que os planos naufragam. Naquele momento naufraguei de propósito meu corpo no mundo azul e gelado, e nadando relembrei da lição de um caboclo que dizia que na água agente não deve ter pressa: ela não admite. O índio rema lentamente porque assim vai mais rápido - é o ritmo da água, quem se afoba, se afoga, mas os nadadores paulistanos não sabem... saíram do trânsito, da guerra, entraram na água e esqueceram que ela poderia ser um rio, lago ou represa limpos. Quem sabe um dia se....